quinta-feira, 24 de abril de 2025

Caldo de Cultura e a Troca de Saberes


Algumas publicações que passaram pelo Caldo de Cultura

Por Ewerson Cláudio

Ontem, Dia de São Jorge, a UNESCO concedeu o título de “Capital Mundial do Livro em 2025” à cidade do Rio de Janeiro, que foi escolhida, segundo o noticiário, pela sua dedicação à promoção da leitura e literatura, sendo a primeira cidade de língua portuguesa a receber o título.

A capital do nosso estado, como sabemos, foi e é construída por muitas mãos e suor também do seu entorno. Quase sempre estamos juntos e misturados, então, como está “o livro” nos arredores do Rio? Se balconistas, porteiros, vigilantes, motoristas, entregadores etc. de qualquer periferia têm passe-livre para trabalhar na capital – ainda que com péssima mobilidade -, quais são as políticas públicas dessa metrópole para as cidades que ela polariza?

A limitação dos meios de transporte em finais de semana é parte dessa resposta. A escassez de aparelhos culturais e de lazer nas periferias complementa o quadro. Por isso, obviamente, “o livro” não vai bem na Baixada Fluminense. Como contraponto, iniciativas autônomas de movimentos organizados enfrentam esse quadro e dão a sua contribuição, como a Rede Baixada Literária e a Rede de Educação Popular da Baixada, que promovem inúmeras atividades como saraus, feiras, festivais, rodas de leitura, pré-vestibulares e bibliotecas comunitárias.
Como esse texto está sendo publicado em dia de TBT (uma quinta-feira), relembro aqui uma iniciativa muito legal: o Caldo de Cultura, sarau realizado em Mesquita, que teve início em fevereiro de 2014, com edições presenciais na Praça da Telemar, em Mesquita (2014 a 2018), virtuais (2019 a 2022) e que retornou fisicamente numa edição em 2023 e no último dia 12 de abril na sede do CCPBF, o Centro de Cultura Popular da Baixada Fluminense.

Dayse Marcello, uma das primeiras autoras no sarau


Desde sua estreia, o Caldo de Cultura já realizou em suas atividades o lançamento de pelo menos dezoito livros, seja de poesia, ensaios, romances etc. Uma contribuição importantíssima para a divulgação do que é produzido prioritariamente aqui na nossa região. Nas figuras abaixo, dá pra ver as capas dos títulos.


Luz Macalé, esteve no caldo de Cultura edição Abril de 2025


Além disso, nas edições presenciais, colocávamos a banquinha da TROCA DE SABERES, onde as pessoas podiam deixar e pegar os livros ali disponíveis.

"Troca de Saberes": livros para troca ou releituras

Os livros, os/as autores/as e os lugares em que moram/moraram:
• Capítulos da história da Baixada Fluminense - formandos/as de História UFRRJ/Campus Nova Iguaçu (várias cidades da região)
• Sebastiana e o Boi Valente - Tata Figueiredo (Austin, Nova Iguaçu)
• Literatura e ecologia: a pentalogia "La guerra silenciosa", de Manuel Scorza - Elda Firmo Braga (Austin, Nova Iguaçu)
• Palhaços: poética e política nas ruas. Direito à cultura e à cidade - Flávio Aniceto (Belford Roxo)
• Ambiente e sociedade na Baixada Fluminense - Manoel Ricardo Simões (Centro, Nova Iguaçu)
• Palavra andarilha - Ivone Landim (Mesquita)
• Morador de Lua - Luiz Coelho Medina (Nova Iguaçu)
• Eu verso Buakamukua - Dayse Marcello (Mesquita)
• De lá pra cá: memórias e poemas - Lirian Tabosa (Cabuçu, Nova Iguaçu
• Sopros e outros poemas - Glaucio Cardoso (Mesquita)
• Gracias a la vida - Cid Benjamin (Botafogo, Rio)
• A cor da Baixada - Nielson Bezerra (Belford Roxo)
• Mulheres incríveis - Elaine Marcelina (Vila Aliança, Rio)
• Paiol – Guarnier (Nilópolis)
• Coroação preta – Celeste Estrela (Manguinhos, Rio)
• Rosa dos Ventos, a estrela miúda de João do Vale - Marize Conceição (Rosa dos Ventos, Nova Iguaçu)
• Labirintos e bifurcações: como o espaço urbano molda a vida da população negra - Felipe Rodrigues (Mesquita)
• Planeta nada - Luz Macalé (São João de Meriti)

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